DISCALCULIA: UM DIAGNÓSTICO BASTANTE COMPLEXO
Um dos problemas com que nos deparamos em nosso trabalho cotidiano junto às dificuldades no aprendizado de Matemática é a Discalculia.
Objeto de muitas especulações – as quais vêm do considerável desconhecimento do tema, por tratar-se de matéria muito recente no campo da educação matemática -, tem se tornado mais um ponto de divisão entre educadores e profissionais ligados a educação, psicopedagogia e neurologia. Aspectos de seu diagnóstico, bem como de seu tratamento, têm sido abordados de muitas maneiras diferentes, o que faz com que pais e professores de alunos supostamente portadores desse distúrbio sintam-se perdidos.
Grosseiramente, é possível afirmar que trata-se de distúrbio neuropsicológico que impede, principalmente, que as pessoas possam compreender, operar e, até mesmo, pensar a partir de objetos matemáticos – sejam eles numéricos ou relacionados a formas geométricas. E é correto, também, observar que muitos outros tipos de incapacidades vêm acompanhando as limitações puramente aritméticas, algébricas ou geométricas. Problemas de percepção espacial e temporal, incapacidade em compreender sequências lógicas, dificuldades muito grandes em estabelecer relações são também sintomas presentes no discalcúlico.
Assim, não basta que problemas de aprendizagem sérios estejam presentes – no que se refere à Matemática – para que se possa diagnosticar a Discalculia. Uma observação multidisciplinar muito acurada faz-se necessária. E mais: trata-se de um distúrbio que, na maior parte dos casos, tem diagnóstico por exclusão. Desta forma, muitas vezes, somente nos aproximamos efetivamente do diagnóstico de Discalculia quando vários outros possíveis são descartados. Em outras palavras, o possível discalcúlico necessita de atenção, cuidado e paciência por parte dos profissionais encarregados de diagnosticar seu problema. Um diagnóstico precipitado pode determinar uma vida acadêmica e pessoal bastante complicada.
